Arte do encontro.

Entrevista e texto por Rafaela Mattera
Fotos por Barbara Guinle

“A vida é a arte do encontro. ” O trecho de Moraes contém muito da conversa que a ‘CAUSE MAGAZINE teve com o múltiplo artista, Bruno Big, na Arte Core. No encontro, falamos sobre sua arte e claro, sobre sua vida também.

Com forte presença nas ruas e diversas exposições, como na Homegrown Galeria e na Next Street Gallery, em Paris, saber como foi o pontapé inicial de Bruno no mundo das artes gera curiosidade.

Com um caderno embaixo do braço e muito apreço pelo desenho e pintura desde criança, na hora de escolher a faculdade, optou por Desenho Industrial (começou por Produto). No entanto, logo percebeu que o que gostava era da arte gráfica e então, foi para a área de Comunicação Visual. Lá na PUC, descobriu a gravura em metal e xilogravura, que fizeram ele se reconectar com a ideia do que ele sempre gostou de fazer: desenhar, ilustrar e pintar. Teve um escritório de design, mas ainda não era esse seu objetivo... Foi então viajar. Em Barcelona, descobriu que sua paixão era realmente pintar e desenhar. Quando retornou, focou em seu trabalho autoral e decidiu seguir esse caminho. Hoje ele colhe os frutos daquela época.

Com uma identidade visual íntegra, é inevitável passar por um muro pintado por Big e não se recordar imediatamente de seu trabalho. Ele foi experimentando, encontrando sua linguagem aos poucos. “Tenho certeza que começar a fazer grafite foi muito importante, porque foi aí que encontrei a gestualidade com a qual trabalho hoje em dia. Antes desenhava, ilustrava, em formatos menores, em mídias pequenas e quando eu comecei a fazer o grafite, comecei a explorar suportes maiores, painéis, muros. A técnica do grafite me influenciou muito a achar essa identidade que hoje eu desenho”, como ele conta para a ‘CAUSE.

Entre um desenho e outro, ele dá aula junto com a professora Thereza Miranda da PUC – superativa com seus 88 anos. Se tornar um educador foi um reflexo dos seus anos como monitor de professores durante a faculdade e da realização dos seus Workshops. Além de Thereza, outras professoras, como Bebeth, mostraram para ele que o ensino não é mão única, é dupla, o conhecimento vai e volta. “Você troca dentro de sala, então para mim isso é o mais importante. Ter um caminho aberto, eu aprendo ao mesmo tempo que eu ensino”, diz Big.

Além das obras “Coração” e “Mão” expostas na ArteCore, estavam presentes suas pinturas com posições de ioga. A relação de Bruno com a prática começou com ele tinha seus 15 anos. Na mesma época descobriu o jiu jitsu. “Com a ioga, aprendi a olhar para dentro, meditar e entender meu corpo e com o jiu jitsu, o respeito, aprender a lidar com outras pessoas. Então acho que o esporte é importante na formação do caráter”, conta ele.

Podemos dizer que a entrevista representa a arte do encontro ou o encontro da arte? Os dois.